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Belém tira segunda pior nota em saúde

Capital do Pará só ficou atrás do Rio como pior atendimento público

As 17h de ontem, sentado em um banco do lado de fora do Posto de Saúde da Marambaia, o vendedor Edivan da Silva, 25 anos, com o pé esquerdo fraturado, sentia na pele as razões de Belém, com 1, 4 milhão de habitantes, ter recebido a segunda pior nota – 4,57 – do Índice de Desempenho do SUS (Idsus), indicador do Ministério da Saúde que mensura a qualidade da saúde pública em estados e municípios. Belém só está atrás do Rio de Janeiro, com 6,3 milhões de habitantes, cuja nota foi de 4,33. Enquanto os números eram noticiados ontem em todo o País pelo Ministério da Saúde, Edivan chorava e pedia ajuda pelo celular. Ele fraturou o pé esquerdo na última terça-feira (29), mas só procurou atendimento médico ontem. Chegou às 14h, de carona, com um amigo motoqueiro. A radiografia confirmou a fratura, ele recebeu a guia para o Pronto Socorro Municipal (PSM) da 14 de Março, mas não poderia fazer o longo percurso de moto, sob risco de o quadro se agravar. Solicitou transporte na única ambulância estacionada no posto, mas a direção negou, sob o argumento de que o caso não era de emergência e o veículo é destinado a casos mais graves, como baleamentos ou ataques cardíacos, que poderiam aparecer.

Com o pé roxo, ele pedia socorro a parente e amigos pelo telefone, com muita dor e sem ter sido medicado no local. Com lágrimas nos olhos, ele relevava. “Nem acho que o atendimento aqui é tão ruim, me atenderam, fizeram a ‘chapa’. Mas a ambulância não pode me levar e eu não tenho como chegar no PSM de moto, é muito longe”, disse, ao relatar que se machucou em uma escada quando trabalhava. “Um absurdo isso. Como que a ambulância não pode levar? Olha o pé dele, todo roxo! Sem contar que ele vai penar no Pronto Socorro, o atendimento lá não é imediato. Capaz de vocês encontrarem ele amanhã (hoje) lá, ainda esperando atendimento. A Saúde de Belém está mesmo bagunçada, precisa de estrutura. Como é que uma unidade dessa, que atende tanta gente, só tem uma ambulância?”, indagava, revoltado, o amigo e vizinho que conduziu Edivan à Marambaia, o motorista Marcelo Augusto de Souza, 21 anos.

Procurada por O LIBERAL para comentar a nota atribuída pelo Idsus a Belém, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que a secrertária Sylvia Santos estava em Brasília desde a manhã de ontem e que só falaria hoje sobre os dados divulgados.

Fonte: O Liberal

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