NO CENTRO DO FURAÇÃO 🌪

Entenda o porquê o INSS está sofrendo tantos ataques. Pela ótica de Cícero Nogueira Silva Neto, Técnico do Seguro Social da APS Areia Branca/RN. 🙋‍♂️

Na verdade, existe a necessidade de expressar para a categoria que não adianta se ater a um problema específico do INSS. Se a gente não tiver o entendimento de que esse processo (INSS Digital, teletrabalho e as constantes mudanças de legislação do INSS, os memorandos, as portarias e um monte de coisas que vem acontecendo nos últimos anos, constituem um modelo, uma política específica que tem como intuito fundamental o enxugamento da máquina estatal para posterior privatização. 💸💸

Elas fazem parte, de um conjunto de medidas que estão sendo tomadas para que se considere, justamente, o projeto neoliberal que está implantado no Brasil e que tem como objetivo fundamental a restrição, cada vez maior dos direitos da classe trabalhadora e o consequente ‘‘entreguismo’’ do patrimônio público estatal às grandes incorporações. Por exemplo: a gente não pode deixar de tocar no aspecto das dívidas que as grandes empresas têm com o INSS e que foram recentemente perdoadas – em todo ou em parte – ou que foram recentemente refinanciadas que foi o REFIZ. Outra coisa é à medida que foi tomada, ainda no governo anterior, com o aumento da DRU de 20% para 30%, que também causou um grande impacto no INSS. Recentemente, vemos o corte dos terceirizados e tivemos também um aumento da demanda, decorrente do processo de agravamento da crise econômica do capitalismo. 📉

Isso tudo faz com que, hoje, o INSS tenha uma grande parte de seus trabalhadores e trabalhadoras já envelhecidos, com idade e tempo mínimo para a aposentadoria, parte deles e delas, já recebendo o abono de permanência. A perspectiva é de termos uma grande massa de aposentadoria até 2019/2020. 👴👵

Então com a Emenda Constitucional 95 e o congelamento dos investimentos pelos próximos vinte anos, nós temos uma realidade triste para enfrentar que é a diminuição da nossa força de trabalho e o aumento da demanda. Como medida paliativa, os últimos governos, começaram a implantação do INSS Digital e agora, o teletrabalho, na perspectiva que a força de trabalhado existente e ainda permanente no INSS dê conta da demanda cada vez maior. Isso vai acarretar uma sobrecarga de trabalho para quem permanece na Instituição. 😱

Esse enxugamento da máquina é para fazer com que as pessoas migrem do modelo de previdência solidária que nós temos hoje – com a contribuição de várias fontes – para sistemas privados, fazendo assim com que o INSS em pouco tempo perca sua função, sua necessidade enquanto Instituição, enquanto órgão público fundamental pra garantir os direitos da classe trabalhadora no Brasil e possa assim, ser privatizado a preço de banana como aconteceu com várias empresas estatais, e é o que vai acontecer de acordo com os prognósticos do futuro Ministro da Economia, sr. Paulo Guedes. 🗣

Então, a nossa principal contribuição para este debate é fazer com que os trabalhadores e trabalhadoras do INSS percebam que são membros do conjunto da classe trabalhadora. Eles não estão isolados dela, eles sofrerão os impactos, direta ou indiretamente, a curto e médio prazo, com inclusive, a perspectiva de haver brevemente a reforma das aposentadorias do serviço público. 👀

Então este conjunto de ações pensadas, provocadas e premeditadas pelos últimos governos, têm como fito fundamental a diminuição dos direitos da classe trabalhadora e a implantação do Estado Mínimo para os pobres e os que trabalham, e Estado Máximo para os que detêm o capital neste país.

Por isso a importância de nós lutarmos pela revogação da Emenda Constitucional 95, aprovada no governo Temer, que congela os investimentos públicos por vinte anos.

Neste sentido, convido a todos e todas, a participarem das lutas feitas pelas categorias juntamente com os servidores públicos federais e o conjunto dos trabalhadores de uma forma geral. 💪💪💪💪

*Essa foi uma das interessantes palestras que fizeram parte do Seminário INSS Digital e Encontro do Serviço Social, realizado em Marabá pelo SINTPREVS Pará.