O governo Dilma deve enfrentar sua prova de fogo com o funcionalismo federal no próximo mês. Há previsão de intensa mobilização e realização de atos públicos pelo país e grande marcha de protesto no dia 24 de agosto em Brasília. Desde o início do ano já ocorreram três marchas pela esplanada dos ministérios. O governo, em abril, se dispôs a abrir negociações com a Coordenação dos Federais (CNESF), mas este fato só comprovou a tese dos mais pessimistas, a de que o governo queria ganhar tempo e enrolar os servidores.
Foi o que fez, ao dizer, agora em julho, que não havia como conceder reajuste para todos de forma igualitária e que iria prosseguir com as negociações separadas por segmento. Os protestos foram intensos pelo país. A ministra Miriam Belchior deu sinais de ficar incomodada com os atritos entre sua pasta e o funcionalismo. Agora a verdade começa a aparecer. Parece que foi a ministra Gleisi Hoffmann que brecou os reajustes, só não se sabe se aconselhada por Dilma ou pelo marido, o qual detesta os servidores.
A habilidade que falta ao governo nas questões negociativas com os servidores também falta na área política, onde Ideli Salvati pedala, pedada e não sai do lugar, é peso morto. Enquanto isso a base aliada se farta com verbas obtidas na pressão com ameaças de racha e traições, bem ao estilo ―mensaleiros‖. Não é à toa que lideramos o ranking da corrupção. Se o governo não tiver jogo de cintura em negociar com o funcionalismo, poderemos ter, depois de muitos anos, uma onde de greves generalizada que além de parar o país, pode trazer graves consequências para as ações políticas do governo. A água está fervendo, a pressão aumentando e o governo, estará dançando a valsa da indiferença?
VERA RITTER – INFO DF
O governo Dilma deve enfrentar sua prova de fogo com o funcionalismo federal
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