Alvo de tantas reclamações, o sistema de saúde pública de Marabá amanheceu praticamente paralisado ontem (22), por causa da greve dos servidores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O Hospital Municipal de Marabá (HMM) e também o Hospital Materno Infantil (HMI) estão funcionando apenas com 30% de seus trabalhadores. As unidades básicas de saúde estão quase todas fechadas. Os servidores reivindicam vários direitos, como pagamento imediato do vale-alimentação atrasado e a incorporação do benefício ao contracheque; além da discussão sobre a data-base para reajuste dos salários dos trabalhadores. Algumas reivindicações são bem antigas – e se arrastam desde a administração passada – como a realização de laudo pericial para saber quais servidores terão direito a adicional de insalubridade. Eles também lutam por melhores condições de trabalho.
A movimentação para a greve começou ainda na tarde de segunda-feira e se intensificou ontem. Logo pela manhã, os servidores se concentraram em frente ao HMM e fizeram alguns discursos convocando todos os trabalhadores para a greve. Depois, os grevistas partiram para a prefeitura, onde pretendiam ser recebidos pelo prefeito Maurino Magalhães. Mas não deu certo. O máximo que eles conseguiram foi conversar com o chefe de Gabinete, Dacivan Ramos, que agendou uma reunião com o prefeito para a próxima sexta-feira (25), pela manhã. Até lá, a greve continua.
De acordo com Raimundo Gomes, do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde Pública do Pará (Sintsesp), por enquanto apenas os servidores do setor aderiram à paralisação, mas a ideia é que outras secretarias municipais também entrem em greve. Ele explica que no Hospital Municipal de Marabá, por enquanto, só estão sendo feitos os atendimentos de urgência e emergência. O atendimento ambulatorial está parado, por isso nem adianta procurar o hospital nesses casos. Raimundo Gomes esclarece para a população que “a greve não tem objetivo apenas de cobrar melhorias salariais, mas também busca melhorar o atendimento prestado à população, por meio de investimentos no setor”.
Ele disse que os problemas da saúde em Marabá não dizem respeito à falta de recurso, mas sim de gerenciamento do dinheiro que o município recebe. E cita, como exemplo, o caso da gestão básica, que Marabá recebe recurso do governo federal, “mas mantém apenas duas equipes do Programa de Saúde da Família, numa cidade de 240 mil habitantes”. A Secretaria Municipal de Saúde não se pronunciou sobre o assunto, mas a Assessoria de Comunicação da Prefeitura informou que o prefeito Maurino Magalhães já tem conhecimento das pautas de reivindicação da categoria,porém ontem não poderia falar com o comando de greve porque já tinha outros compromissos previamente agendados. Por outro lado, a Ascom confirmou a reunião entre gestor e grevistas para a próxima sexta-feira.
Fonte: Diário do Pará