Belém paralisa atividade no NEMS e INSS em adesão ao Dia Nacional de Luta

Servidores do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde do Pará (NEMS) e da Previdência Social paralisaram as atividades nesta quinta-feira (09) em adesão ao Dia Nacional de Luta em defesa dos direitos de todas e todos os trabalhadores, contra a terceirização e privatização dos serviços públicos, por concurso público, melhores condições de trabalho, reajuste salarial e plano de carreira.

Para a servidora Romana Carvalho, que trabalha da Agência da Previdência Social (APS) São Brás, estar na luta é não se calar para a retirada de direitos. “Eu sempre paraliso. Nunca fujo da luta e fico triste com os colegas que não participam, porque acredito que a gente só consegue avançar e trazer ganhos lutando. Eu já estou em tempo de me aposentar, em abono de permanência e sempre digo que quando me aposentar vou continuar lutando, participando. A gente que está na ponta do atendimento vê o quanto o trabalhador está sofrendo e perdendo seus direitos. Não sou contra os avanços, mas o INSS Digital retira o direito de muitos segurados de terem acesso à informação. Eles não têm como ter um celular, como que vão conseguir acessar internet para acompanhar seus processos”, questiona.

Durante a atividade realizada no prédio do NEMS os trabalhadores prestaram homenagem para a colega de trabalho Maria Olinda Macário, que faleceu na última terça-feira (07). O diretor do SINTPREVS, Raimundo Trindade destacou a importância da resistência e lembrou das conquistas de lutas anteriores. “É uma luta que vai além de campanha salarial. Com as outras paralisações nós conseguimos retirar da Lei de Diretrizes Orçamentárias o artigo 92, que proibia reajuste salarial. Estamos lutando contra o desmonte do serviço público. Vale lembrar que a pressão popular e dos trabalhadores foi o que eles parassem a reforma da previdência”. Na avaliação do diretor, esta atividade foi positiva no NEMS, porque diversos servidores deixaram os seus locais de trabalho e começaram a mudar seus posicionamentos em função do momento perverso de retirada de direitos que o país está passando.

A diretora Darcy Vaz, falou da importância da presença de servidores do INSS Digital participando do ato. “Eu parabenizo os colegas do digital que estão aguerridos e na luta, porque o digital não vai comportar todas as necessidades dos segurados. Não haverá médico e nem assistente social para realizar os atendimentos, então daqui a pouco vamos ter que pagar por isso. A gente vê desde já a redução dos espaços de atuação de alguns profissionais. Temos sofrido perseguições duras dentro do INSS com cobrança de serviços que não são de nossa competência. Por isso a importância de estamos aqui hoje”, disse.

Ana Maria Magalhães, servidora do INSS e diretora do SINTPREVS denunciou a situação vivenciada pelos servidores com o sucateamento dos serviços. “A gente trabalha em condições precárias. Paga impostos absurdos. Agora a Celpa vai aumentar ainda mais a nossa energia. É um absurdo a quantidade de importo que pagamos nesse país. Não vamos aceitar que mais direitos nos sejam retirados. A luta é permanente. Usamos a nossa luta para resistir”.

A diretora da FENASPS, Ana Lúcia Ribeiro, ressaltou, durante sua fala, a situação do país e do estado mínimo que o governo Temer vem se empenhando para estabelecer. “O estado mínimo é a venda de todos os nossos serviços. Isso tudo que está acontecendo é muito cruel. Uma elite cruel e perversa, que precisa ser parada. A população precisa dar um basta e sair do senso comum, que a globo fala. Eles atacam e criminalizam representantes e lideranças sindicais e de movimentos de luta. Precisamos ter cuidado e estarmos atentos”.

E nesta sexta-feira (10) é mais um dia de paralisação e luta. A Concentração das atividades em Belém será na Praça da República a partir de 10h.
Vamos todas e todos para as ruas. Nenhum direito a menos!