Ontem foi celebrado, em todo o país, o Dia do Aposentado, mas para muita gente poucos são os motivos para se comemorar. É o caso da aposentada Geralda Araújo, que sonhava com uma velhice tranquila e acabou frustrada com a chegada da aposentadoria.
“Contribuí para receber o equivalente a três salários mínimos e hoje recebo pouco mais de um. Considerando que os gastos com médico e remédios dão um grande salto nessa época da vida, fico me perguntando como sobrevive um aposentado no Brasil”, reflete Geralda, que conta com os filhos para manter as despesas com o plano de saúde, que hoje consome quase metade do que ela recebe.
Recém-aposentada, Maria Lúcia compartilha o mesmo desapontamento. “Acabei de conseguir me aposentar, foi muito complicado, quase não consigo porque algumas empresas deixaram de pagar os meus direitos. Tive uma perda de R$ 50 mil. Eu era funcionária de segunda faixa, esperava ganhar mais”.
Em Belém, um ato em alusão ao Dia do Aposentado foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Previdência, Saúde, Trabalho e Assistência Social no Estado do Pará (Sintprevs). Os manifestantes, que se reuniram em frente ao prédio do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), na avenida Nazaré, pediam o fim do fator previdenciário e a integralização do valor das pensões e aposentadorias. “A luta dos aposentados é para que a gente retome o teto previdenciário de 10 salários mínimos. A atual política só vem achatando o valor das aposentadorias. A pessoa paga para ter uma aposentadoria digna, mas sofre com uma política de desvalorização”, diz Antônio Maués, secretário de organização do Sintprevs.
A crítica leva em consideração o cálculo da aposentadoria adotado desde 2000, que privilegia quem ganha o piso previdenciário, correspondente a um salário mínimo. Na prática, os aposentados que recebem esse piso, vivenciam um aumento no poder de compra, ao passo que os demais acumulam perdas. Fonte: Diário do Pará