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Dia Internacional pela Saúde da Mulher chama atenção para mortalidade materna

Karol Assunção -Jornalista da Adital
 
Dia  (28.05), Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher. A data, definida no IV Encontro Internacional Mulher e Saúde, realizado em 1984, na Holanda, chama atenção para os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres, com destaque para o problema da mortalidade materna.
De acordo com Alaerte Leandro Martins, integrante da Comissão Nacional de Morte Materna do Ministério da Saúde (MS) do Brasil pela Rede Feminista de Saúde, a data tem o objetivo de alertar para o cuidado da saúde da mulher. “As doenças que mais acometem as mulheres são preveníveis”, observa.
Destaque para os casos de mortalidade materna. O Brasil e outros 190 Estados-Membros da Organização das Nações Unidas (ONU) assumiram, em 2000, o compromisso de atingir as oito metas estabelecidas nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), dentre elas o de reduzir, até 2015, 75% da mortalidade materna (ODM n°5).
Entretanto, o ODM número cinco ainda está longe de ser cumprido em muitos países em desenvolvimento. Para Alaerte, a meta “é quase impossível de ser cumprida” no Brasil até 2015. “Em 2009, até que o Brasil conseguiu reduzir, mas ainda está longe de alcançar [o Objetivo]”, comenta.
Dados do Ministério da Saúde revelam que a taxa de mortalidade materna no país caiu de 140, em cada 100 mil nascidos vivos, em 1990, para 75, em 2007. Apesar da redução, a integrante da Rede Feminista de Saúde alerta que é preciso haver uma mudança na estrutura do sistema de saúde brasileiro, com mais atenção ao pré-natal, e com o aumento e a melhoria nos serviços especializados e leitos para gestantes.
O problema, no entanto, não é exclusivo do Brasil. Segundo informações de Cimac Notícias, a Secretaria de Saúde do México já admitiu que o país norte-americano não cumprirá o 5° ODM. Para atingir a meta, México deveria registrar, até 2015, 22 mortes para cada 100 mil nascidos vivos. No ano passado, a taxa foi de 49,5 falecimentos para cada 100 mil nascimentos. Na Argentina, a taxa de mortalidade materna em 2009, segundo DyN, foi de 55 falecimentos para cada 100 mil nascidos vivos.
Hemorragias, hipertensão, doenças do aparelho circulatório complicadas pela gestação, parto ou puerpério, infecções, e aborto estão entre os fatores que mais causam a morte materna. Segundo o levantamento “Saúde Brasil 2009”, do Ministério da Saúde brasileiro, o aborto passou da quarta para a quinta causa de mortalidade materna no país. Alaerta Martins chama atenção para a importância da atenção ao abortamento seguro como estratégia para reduzir a morte materna.
De acordo com ela, estudos apontam que o aborto é a primeira causa de morte materna em Salvador, na Bahia. Em outros países, a situação também é preocupante. Informações de DyN relevam que o aborto inseguro é a principal causa de morte materna na Argentina.
Outro problema é a falta de atenção à saúde da gestante. No México, conforme noticia Cimac, entidades sociais reclamam da pouca atenção oferecida às gestantes que vivem com HIV. A organização Balance, por exemplo, comenta que, apesar das mulheres mexicanas representarem cerca de 30% da população com HIV no país, não existem políticas públicas direcionadas a elas. Além disso, denuncia que apenas 31,4% das gestantes atendidas em hospitais da Secretaria de Saúde fazem exame gratuito para saber se estão com o vírus da Aids.

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