Servidores da Previdência Social e do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde no Pará, deflagram greve geral por tempo indeterminado a partir desta terça-feira (07). A greve foi votada durante Assembleia Geral da categoria, realizada no auditório da Gerência Regional do INSS, em Belém, na última quinta-feira (02).
O Pará conta com 41 Agências da Previdência Social (APS), e destas, cerca de 80% confirmaram adesão à greve. A greve tem caráter nacional com mais de 17 estados do Brasil confirmados.
Entre as pautas de reivindicação estão o reajuste de remuneração de acordo com a inflação, Reposição salarial de 27,3%, incorporação das gratificações, plano de cargos e carreiras, 30 horas de trabalho para todos os servidores, concurso público para repor quadro funcional, fim do assédio moral, contra as terceirizações, isonomia salarial e paridade entre ativos e aposentados.
Para Antônio Maués, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Previdência, Saúde, Trabalho e Assistência Social no Estado do Pará (SINTPREVS/PA), há esforços do governo para economizar no salário do trabalhador e na qualidade do atendimento ao usuário. “Há economia na previdência, mas não é feita economia para pagar a dívida pública. Ninguém sabe para onde foi o empréstimo dessa dívida e ninguém consegue auditar”.
O servidor da Agência da Previdência Social de Tucuruí, Anderson Almeida, relatou a situação caótica vivenciada pelos trabalhadores no local. “Lá nós não temos água para beber e nem no banheiro. Depois que foi criada a gerência de Marabá a situação só piorou para nós trabalhadores”, reclama.
A categoria afirma que esgotou todas as tentativas de estabelecer negociação com o governo e apesar disso o governo não atendeu nenhum item da pauta, apenas sinalizou com a possibilidade de apresentar uma proposta de reajuste salarial no decorrer de quatro anos, que poderia chegar a 21%, sendo que a categoria está desde 2012 sem reajustes salariais e apresentou proposta de reposição das perdas salariais de 27,3%.
O governo alega que a inflação do país não vai ultrapassar 20% até 2018, enquanto que todas as projeções apontam inflação de 10% apenas 2015. Em uma breve análise, com projeções realistas de inflação até 2019, a defasagem salarial da categoria superaria os 30% até 2018. Assim, sem apresentar nada de concreto ainda afronta aos trabalhadores não atendendo nenhuma das reivindicações, numa explicita tentativa de congelar os salários e transferir a conta da crise para os servidores pagarem.
A Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (FENASPS), na qual o SINTPRES/PA é filiado, cumpriu todos os requisitos legais para a deflagração da greve. No último sábado (04) foi realizada plenária nacional para a organização da greve. Todos os trabalhadores do país em greve estão orientando a população e distribuindo Carta Aberta com explicações sobre os motivos da greve.