Os servidores da Previdência Social e do Ministério da Saúde no Pará votaram, na tarde de hoje, a favor do indicativo de greve por tempo indeterminados no estado a partir da próxima terça-feira (07), seguindo proposta nacional. A categoria realizou diversas reuniões com o governo nas quais foram apresentadas propostas consideradas pelos trabalhadores como insuficientes e de subtração de toda e qualquer perspectiva de melhoria e condição de vida e trabalho.
Os trabalhadores entendem que diante de um cenário crise econômica alarmante não é possível cultivar ilusões de que o governo irá atender às reivindicações da classe trabalhadora sem que esta esteja efetivamente em luta.
Entre as pautas de reivindicação da categoria estão o reajuste de remuneração de acordo com a inflação, incorporação das gratificações, plano de cargos e carreiras, 30 horas de trabalho para todos os servidores, concurso público para repor quadro funcional, fim do assédio moral, contra as terceirizações, isonomia salarial e paridade entre ativos e aposentados.
Para Antônio Maués, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Previdência, Saúde, Trabalho e Assistência Social no Estado do Pará (SINTPREVS/PA), há esforços do governo para economizar no salário do trabalhador e na qualidade do atendimento ao usuário. “Há economia na previdência, mas não é feita economia para pagar a dívida pública. Ninguém sabe para onde foi o empréstimo dessa dívida e ninguém consegue auditar”.
O servidor da Agência da Previdência Social de Tucuruí, Anderson Almeida, relatou a situação caótica vivenciada pelos trabalhadores no local. “Lá nós não temos água para beber e nem no banheiro. Depois que foi criada a gerência de Marabá a situação só piorou para nós trabalhadores”, reclama.
A proposta apresentada pelo governo durante reunião realizada em junho com Ministério do Planejamento sugeriu os reajustes salariais de 5,5%, em 2016, 5% em 2017, 4,75% em 2018 e 4,5% em 2019. Os percentuais de expansão da folha, segundo o Secretário de Relação do Trabalho, Sérgio Mendonça, podem ser usados na forma de reajuste linear ou outra composição remuneratória a ser discutida com as entidades. Ou seja, a folha do Funcionalismo do Poder Executivo que está em torno de 240 bilhões. Disse, ainda, que ela pode crescer 5,6% em 2016.
Em seguida, informou que os percentuais têm como base na projeção da inflação futura que será de 5,5% em 2016; 4,75% em 2017 (aproximado para 4,08% na publicação do governo); 4,5% em 2018 e 4,5% em 2019, ou seja, para o Governo Federal a expansão da folha acumulada totalizaria aproximadamente 21,3%, enquanto a soma para a projeção da inflação resultaria 20,7%. Porém, não prevê nenhuma cláusula de repactuação no caso dessas projeções não se confirmarem.
Em relação aos demais pontos da pauta do conjunto dos servidores Federais, os representantes do governo não apresentaram nenhuma proposta referente ao auxilio alimentação, auxilio pré-escolar, saúde suplementar, indenização de transporte, bem como outros benefícios sociais. As pautas específicas protocoladas pelas diversas Carreiras do SPF também não foram tratadas na reunião.
Na próxima segunda-feira (06), às 14h, será realizada reunião na Sede do SINTPREVS/PA com o comando de greve para traçar os próximos encaminhamentos. Os trabalhadores do Ministério da Saúde também realizam, no dia 7/07, às 10h, reunião para tratar a maneira como será conduzido o processo de mobilização no local.
Texto: Melissa Noguchi / Com Informações da FENASPS