Durante 24 horas, os médicos do Sistema Único de Saúde (SUS) do Pará vão paralisar hoje boa parte das atividades. Quem tiver consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos agendados para o dia não será atendido. A medida faz parte de um protesto nacional, organizado por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (Fenam).
O movimento quer discutir melhorias nas condições de trabalho, remuneração digna com carreira, financiamento do setor e qualidade no atendimento. Apesar da paralisação, a categoria assegura que o ato não atingirá as áreas de urgência e emergência, que permanecem funcionando normalmente.
As entidades médicas do Pará se reúnem hoje, a partir das 8h, em frente à Fundação Santa Casa de Misericórdia. A ideia, assim como nos demais estados, é chamar a atenção da sociedade e dos gestores públicos para a saúde pública no Brasil.
Segundo o diretor-administrativo do Sindicato dos Médicos do Pará, João Gouveia, os médicos que trabalham em terras paraenses reivindicam a criação de um plano de carreira para a categoria. Eles pleiteiam ainda a implantação do piso salarial base, estipulado pela Fenam, de R$ 9.188,22 para uma jornada de 20 horas semanais.
“Hoje, o médico que tem uma carga horária de 20 horas ganha em torno de R$ 2.500”, compara Gouveia. Um levantamento divulgado pelo movimento nacional indica que os valores pagos atualmente variam entre R$ 723,81 e R$ 4.143,6 – resultando em uma média nacional de R$ 1.946,91.
Profissionais de saúde de outros 17 estados também devem paralisar os atendimentos por 24 horas. Já no Piauí, em São Paulo e Santa Catarina, a interrupção pode chegar a 72 horas. A estimativa é que pelo menos 100 mil profissionais cruzem os braços em todo o país.
Fonte: Diário do Pará.