O Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Previdência, Saúde, Trabalho e Assistência Social do Pará – SINTPREVS/PA realizou, na manhã desta quinta-feira, 20, uma mobilização, no prédio da Previdência Social da av. Nazaré, contra as péssimas condições dos locais de trabalho das Agências de Previdência Social – APS e pela manutenção dos direitos constitucionais adquiridos.
Segundo os servidores, os prédios das APS’s estão em péssimas condições de conservação, com rachaduras, infiltrações, além da falta de manutenção das tubulações. “A água da torneira é amarelada, porque possui um índice altíssimo de ferrugem”, conta Ana Mel, especialista em saúde do trabalhador e Servidora Pública Federal há 29 anos. Na Agência localizada na Av. Nazaré, os servidores ainda enfrentam problemas com as centrais de ar condicionado, que além de serem barulhentas, incomodando e até causam dano auditivo a alguns servidores. As centrais também funcionam em temperatura baixíssima, entre 13 e 14 graus, sem possibilidade de ajustes de temperatura.
Os trabalhadores não possuem material de expediente, entre outros insumos. “A gente não tem material para trabalhar, sendo que para realizar os atendimentos à população é necessária a montagem de processos. A água, café e açúcar que consumimos é comprada com coleta entre os funcionários”, conta Hilda Costa, servidora da APS do Telégrafo. E a situação não se restringe apenas às Agências de Belém, mas em todo o Estado.
Ratos e baratas também são vistos diariamente. “Aqui a gente corre o risco até de pegar leptospirose, porque não existe higiene no nosso ambiente, o forro está caindo e até a porta da cozinha foi roída pelo rato, mas nunca substituída”, conta um servidor da APS Telégrafo que preferiu não ser identificado.
Em Capanema e Bragança os trabalhadores ainda sofrem com a suspensão do auxílio transporte, que segundo o governo, uma instrução de atos normativos permite o corte desse direito do servidor que utilizar taxis, moto-taxis e transporte aéreo para realizar o deslocamento de casa para o trabalho e do trabalho para casa. “Isso é um absurdo, porque eles querem dar o vale transporte apenas para quem usa transporte coletivo, que o governo entende apenas por ônibus, só que no interior os principais meios de transporte são moto taxis e taxis”, afirma Ana Mel.
O SINTPREVS/PA realizará pedido de interdição dos prédios de algumas APS’s da Capital e Interior, bem como do Prédio da GEXBEL ao Ministério Público Federal e ainda solicitar a reforma do prédio da Previdência Social do Edifício Costa e Silva, que sofreu incêndio em agosto de 2010, e não passou por reparos. Segundo Ana Mel, o prédio oferece risco à população que transita pelo local.
Na última semana, o prédio da Superintendência Regional do Trabalho, no bairro da Campina, foi interditado por problemas na estrutura e fiação. As atividades no local foram suspensas após a Superintendência acatar o pedido de interdição feito pelos auditores fiscais do trabalho.