Quando desmarcou a reunião prevista para o dia 15 último, o secretário de RH do ministério do Planejamento, Duvanier Paiva, já sabia que não teria nada a oferecer às demandas do funcionalismo federal, em campanha salarial desde fevereiro. A contragosto, Duvanier foi obrigado pelo governo a transferir a reunião para o dia 21, mas o Planalto o avisou que não vai conceder reajuste algum neste ano alegando problemas no ajuste fiscal e falta de verbas orçamentárias. O governo avalia que os servidores não terão capacidade de realizar uma greve geral de proporções nacionais, e se tiverem o judiciário já manifestou desagrado com greves em setores essenciais, como saúde, educação, trabalho e previdência. O governo tem, segundo Duvanier, o argumento de que “ainda está pagando as tabelas salariais de acordos desde 2008 e que por isso o caixa não suportaria mais despesas”.A ministra Miriam Belchior avalia que “o governo não pode fazer além daquilo que foi programado” e tentará corrigir pequenas distorções salariais em ministérios de pequeno porte, mas com índices que não devem ultrapassar os 3,5%.
Chiadeira geral
Tão logo souberam da negativa do governo, mesmo que de maneira não-oficial, membros da coordenação dos federais recomendam que a partir do dia 21 de julho cada categoria deverá discutir essa questão com suas bases, inclusive já preparando paralisações pontuais e greves semanais como forma de pressão. Depois da reunião do próximo dia 21 a chiadeira deverá aumentar, mas o governo se disse preparado para enfrentar essa guerra. Ao todo, 26 entidades deverão se reunir isoladamente e depois coletivamente para definir as estratégias de luta após a negativa do governo em conceder reajustes lineares para o funcionalismo federal. WALTER JUNQUEIRA – INFO DF