Apresentar as principais retiradas de direitos do trabalhador, demonstrar a farsa do déficit da Previdência e mobilizar a categoria para a luta foram os objetivos do Seminário contra a Reforma da Previdência, realizado nesta quinta-feira (23), no auditório do Núcleo Estadual do Ministério da Saúde. O evento, promovido pelo SINTPREVS/PA, reuniu servidores públicos, estudantes e população em geral.
O Seminário teve momento de acolhimento, realizado pela professora Aline Queiroz, análise de conjuntura com Bernadete Ribeiro, palestra sobre a PEC da Reforma da Previdência com o Auditor Sérgio Pinto e o diretor da Fenasps, Antônio Maués, além de debate entre os presentes. Das principais colocações feitas acerca da PEC 287, estiveram o novo cálculo de 49 anos de contribuição, a igualdade do tempo de contribuição e idade mínima de 65 anos para homens e mulheres para terem direito à 100% da aposentadoria. Segundo a professora Bernadete Ribeiro, é necessário perceber que tudo o que está acontecendo é estratégico do governo. “Nós estamos diante de um massacre midiático 24h, que diz que a reforma da previdência é necessária, que existe déficit. Que foca na operação carne fraca enquanto a nossa carne está sendo ferida”, afirma.
Sergio Pinto, auditor Fiscal da Receita Federal falou sobre a importância de desconstruir o discurso do déficit, que é a principal prerrogativa do governo para aprovar a Reforma da Previdência. O auditor fez uma demonstração financeira do orçamento da união, os gastos e sonegação de impostos. “A sonegação chega a 27% do total que o setor privado deveria pagar para a Previdência. Existem números que não são apresentados e nem discutidos com a sociedade de forma séria”. De acordo com Sérgio o governo alega que existe um rombo de aproximadamente R$ 166 bilhões, enquanto que o valor que a previdência deixa de receber por parte dos sonegadores é superior a R$ 1 trilhão. Para Sergio Pinto, embora o governo Temer seja fraco a onda liberal é muito forte. O audito afirmou ainda que a Reforma da Previdência atende os interesses de 3 grupos sociais, que são os bancos, os proprietários de títulos públicos e a bancada do Congresso.
O diretor da Fenasps e Sintprevs/Pa, Antônio Maués, destacou que a maior parte do orçamento da união vai para o pagamento de juros e amortização da dívida pública. “Além deles retirarem o dinheiro do orçamento geral para a dívida ainda querem retirar o dinheiro da nossa previdência. O governo diz que a reforma é para o bem estar, mas é o bem estar dos banqueiros e não da população em geral, muito menos do trabalhador”, disse.
Para o diretor Raymundo Trindade, é preciso debater e informar à população cada vez mais sobre a PEC e as reformas do governo. “As pessoas estão inertes pensando que não vai acontecer nada, então temos que conversar e falar em qualquer oportunidade do grande perigo que vai ser se essa reforma for aprovada na íntegra”. O diretor avaliou o evento como positivo, porque ele dá energia para seguir lutando e trazendo novas pessoas para o movimento, porque todo serão prejudicados se essa PEC passar.